Análise
Reflexiva do Texto: Professor ganha mal?
Deixe
o Giz de lado, só um minuto, Professor, e diga: Mais respeito, por favor!!!
É
importante declarar que, eu não assisto mais globo, nem leio mais veja, mas de
tanto falarem, de tanto se comentar sobre este texto “ESTARRECEDOR”, resolvi
ler o artigo do autor Claudio de Moura Castro, publicado na Veja, no último dia
27 de Julho de 2016.
No entanto,
resolvi lê-lo, com olhar mais analítico, mais interpretativo, que apenas como
professora “desvalorizada”? Acho que não! Graças a Deus, desde que me tornei
professora, tenho colhido bons frutos, em parte reconhecimento, consegui meu
espaço nas escolas que tenho atuado. Tenho meu alunado, construí minha casa,
comprei meu carro, estou em constante estudo e formação. Mas para isso,
precisei ser do quadro efetivo, para não ficar “pulando de galho em galho” ou
seja, pedindo, implorando, puxando o saco, como “muitos” (uma minoria) o fazem
para garantir seu lugar ao sol na educação. Ou seria, lugar à sombra, já que
muitos querem estar em nossos lugares quando se dão conta de nosso ótimo
salário, e de nossa vagabundagem, segundo o escritor do texto lido. Kkkkk
Bom, enfim,
li o texto... o que achei... bom... Não sei. Não sei dizer. Não consigo
formular respostas suficientemente cabíveis para me defender. Na primeira
leitura, fiquei nervosa, não, fiquei furiosa. Fiz aquelas perguntas que todo
professor faz ao ler um texto que é colocado em pauta para questionar nossa
atuação:
1)
Esse cara é professor? Tem
experiência em sala de aula? É teórico da Educação? Quem é esse retardado para
questionar a minha vida, a minha sala de aula, o aprendizado de meus alunos, ou
até mesmo, quando anos eu preciso trabalhar na vida para ser alguém competente
e digno?
Em uma
segunda leitura mais voltada ao contexto histórico?
2)
Que está vivendo o Brasil
neste momento? Antes que alguém responda... Não. Jamais. Não estamos vivendo um
golpe.
3)
Quais a intenções do autor
do texto ao escrever este artigo? Em que veículo foi publicado, e qual é o tipo
de leitor que tem acesso a esse meio de comunicação? Qual é o público alvo do
jornalista?
Em uma terceira leitura, consegui grifar algumas partes, e,
talvez questioná-las aqui neste: “DESABAFO”. O autor começa dizendo que fazer a
pergunta de forma negativa, torna ou induz a resposta a ser obviamente de forma
negativa, então queridos... não deve perguntar nunca se um professor ganha
mal(mal que é homônimo de mau. Mal que é o contrário de bem... opa, isso não é
aula de ortografia, voltemos ao texto, ou melhor, desabafo.) Então, pergunta
que se deve fazer é: Professores ganham bem,
no Brasil?
Ao dizer que “as imensas respostas sobre a pergunta
feita de forma vaga ou negativa podem gerar “cacofonia”- mas o que é
cacofonia?
cacofonia
substantivo feminino
1.
qualidade do que soa desagradavelmente.
2.
som feio ou desagradável; união não harmônica de sons diversos.
Ou seja, as imensas respostas podem gerar barulho,
som desagradável. E nos convida a entrar, ou melhor, a “PENETRAR” no pantanal. Bom, morando no Estado de Mato Grosso do
Sul e nunca ter sequer conhecido o tal Pantanal. Perguntei a mim mesmo... Que
será que ele quis dizer... É uma analogia, esse escritor está comparando a
minha carreira de professor com o pantanal? Kkk Ou ele está utilizando o
pantanal com sentido “pejorativo”? Bom, vejamos... a sequência deste texto, ou
melhor, desta trilha.
A primeira questão: O professor ganha bem/mal em
que níveis de ensino?
Será que é necessário diferenciar o nível para se
dar dignidade e remunerações aos professores?
Será que professores do magistério, que alfabetizam
nossos pequenos, merecem ganhar menos que os nossos professores doutores?
“Onde?” Sabemos que, de fato, as
variações do salário dos professores são várias:
- Nível de escolaridade, regiões, instituições
públicas ou particulares, etc...
Nisto ele está certíssimo. Mas ele segue. “O
salário inicial no Rio de Janeiro é maior que o de outras profissões.”
Que outras profissões? Ah, não se pode questionar,
que outras profissões porque senão estou menosprezando os outros colegas, e
isso gera conflito.
Mas o autor reconsidera: “Em outros lugares, é miserável.”
Em que lugares o salário do professor é miserável? O escritor utilizou o mesmo
recurso da vaguidão que foi negada para o título, mas aqui para fazer uma
afirmação vaga, tentando concordar que os professores no Brasil não ganham bem,
ou melhor, ganham mal.
“E, na verdade, não há relação clara entre o que
ganha um professor e o que aprendem seus alunos?”
Opa! O que significa isto, Meu Deus?
Que só devemos ganhar bem, se nosso aluno aprender.
Bom, então... Só depende do nosso
esforço um aprendizado de qualidade.
Então, respeitosamente, o escritor que redigiu este
texto, só deveria ganhar ou receber uma boa remuneração se muitos concordassem ou
lessem o seu texto? Ou gostassem? Ou levasse curtidas no Facebook? Bom,
baseando-nos na quantidade de professores, inclusive “APOSENTADOS” que estão de
licença, no ócio e com o ótimo salário que alguns ganham, o escritor desse
artigo, não ganharia muito bem. Kkkkkkkkkkkk
Já pensou se cada político tivesse relação do seu
salário com as leis e projetos que aprovam em benefício da população, e fosse
descontado, toda vez que eles aprovam leis em benefício próprio?
“No geral, os salários desapontam. E, sobretudo,
não atraem as melhores cabeças para ensinar em escolas públicas, cujo astral
tende a ser péssimo.”
Bom, eu resolvi parar por aqui... por discordar que
nas escolas nas quais atuei, depois de minha formação o astral era bom, normal,
de qualquer empresa, um lugar como outro, onde se ensina com o melhor intuito
de se transformar o mundo num lugar melhor e de que os alunos possam ter um
futuro promissor. Mas concordo, em alguma coisa, talvez as escolas não atraiam as
melhores cabeças, porém, podem atrair além das cabeças mais ocas, sonhadoras e
críticas, a escola também atrai os melhores corações.
E afirma, em sua somatória de ódio e persuasão dos
mais “INOCENTES”: “Comparações
com outras profissões mostram resultados confusos. Os salários são até
competitivos, se tomamos a remuneração por hora. O outro lado da equação é
quanto custa para o Erário pagar aos professores. Em termos internacionais,
gastamos bastante. Ajustando os dados para diferenças de custo de vida, entre
35 países (ricos ou quase), estamos pouco abaixo da média, havendo sete com
melhor desempenho no Pisa, com salários mais baixos. Gastamos muito e pagamos
pouco! Por quê? O mistério é desvendado pela coleção de burrices nas fórmulas
de remuneração.
No
passado, após trabalharem 25 anos, os brasileiros não estavam muito longe do
fim de sua vida. Mas hoje, aposentados com 50 anos, ou menos, os professores
têm uma esperança adicional de vida próxima de 25 anos. Ou seja, na média, eles
passam tantos anos aposentados quanto ensinando. E, ao contrário do que
acontece na maioria dos países, aposentam-se com o mesmo salário. Em alguns
estados, a conta dos aposentados já é maior que a dos ativos. Aumentando a
idade da aposentadoria e fazendo o seu valor mais modesto, dobraríamos os
salários.”
Nesse
parágrafo fica claro que o autor encaminha seus argumentos para uma proposta
de solução para o problema da educação
no Brasil. Baseando-se em dados estatísticos, ele compara os resultados do
Pisa, e o salário dos professores com outros profissionais e fecha, com chave
de ouro. Qual seria a solução para a qualidade em educação no Brasil ser, de
fato, algo inovador, economicamente maravilhoso, e todos os professores
ganharem o dobro do que ganham... : Aumentando a idade da aposentadoria e
fazendo o seu valor mais modesto, dobraríamos os salários.”
Por
favor, se você é um educador, um professor, se sua mãe é professora, seu irmão
um professor, seu pai, sei lá... entenda, compreenda que o autor faz um jogo
com a arte da argumentação técnica, induzindo, propositadamente o leitor a
concordar com ele.
Agora,
analisemos, especificadamente, este parágrafo:
“Durante
os seus 25 anos no ensino, os professores estão sob regras aparentemente
generosas, mas no fundo perversas. Os 45 dias de repouso subtraem 37,5 meses.
As licenças-prêmio, a cada cinco anos, tiram mais doze meses. Os 25 recessos
natalinos reduzem a carreira em 8,3 meses. Dez faltas anuais por saúde somam
8,3 meses. Em comparação com um empreguinho CLT, são seis anos a menos de trabalho,
ou seja, os professores trabalham o equivalente a dezenove anos.”
Agora,
façamos a pergunta? Ou melhor, as perguntas....
Você
tem 45 dias de recesso ao ano?
Você
tira ou tirou quantas licenças-prêmio em sua carreira?
Você
passa o recesso natalino com sua família? Cuidado.
Você
falta 10 vezes por ano?
Você
tem um empreguinho CLT? Ou um empreguinho “Professor” que paga previdência?
Um
professor trabalha 19 anos na vida inteira? E quantos anos trabalha um
político? Um padre? Um ladrão? Um vendedor? Uma dona de casa?
“Quem
fizer mestrado e doutorado poderá sair da aula por 72 meses. Duas gestações
rendem doze meses. Quatro candidaturas a vereador dispensam da aula por mais
doze meses. Ou seja, quem usar todas as dispensas legais deixará de ensinar por
13,5 anos. Esse seleto grupo trabalha 11,5 anos na sala de aula e recebe
durante 38,5 anos (13,5 + 25 anos). Ótimo para eles, mas quem paga a conta?”
Continuando...
Você
tem Mestrado ou Doutorado? Você tirou ou saiu da aula por 72 meses, porque dos
meus conhecidos por aqui, que estão tentando, é uma burocracia danada pra você
conseguir essa licença... quando consegue.
Você
já se candidatou a vereador?... Será que professor elege professor que o
represente em algum lugar? Cuidado, você está fazendo isso, só pra ficar de boa
por algum tempo.
Bom resumindo, depois ele fala que os professores
são uns vadios que trabalham de menos, quando trabalham, porque quando podem
pegam licença, se candidatam para serem vereadores, apenas para ficarem de
licença, as mulheres ficam grávidas, apenas, pela licença. Ficamos doentes,
apenas para ficar de licença.
Eu sei que existe sim, profissionais que utilizam
todos esses recursos para sair de sala de aula. Mas... por que esse infeliz,
não escreve sobre os outros? Aqueles que nunca tiraram uma licença, aqueles que
não abrem mão da sala de aula? Aqueles que preferem estar ensinando o filho dos
outros a engravidar para ensinar os seus filhos.
Quem, em sã consciência, não compreende que este
parágrafo está claramente, jogando a sociedade contra toda uma classe, ele está
utilizando-se de números e dados isolados, para classificar toda uma classe
como pessoas que não gostam de trabalhar. A afirmação mais a pergunta: “Ótimo para eles, mas
quem paga a conta?”. É, claramente, uma indagação pra sociedade. Como se ele
estivesse dizendo, olha como “eles” os professores estão bem, curtindo a vida
sem trabalhar, e quem está pagando a conta é você. Como aquelas crianças
birrentas que tem inveja da outra porque tem um doce, ou um brinquedo melhor.
Agora observe, o jogo de ideias que ele
utiliza para convencer os leitores que os professores devem perder o caráter
efetivo, a estabilidade no serviço público.
“Pelo
menos na teoria, alguém tem de substituir os faltantes. Isso é custo e, no
total, não é pouco dinheiro. Dentro da carreira, mestres e doutores ganham
maiores salários, apesar de estar cabalmente demonstrado que tais diplomas não
melhoram o rendimento dos alunos. Ser um educador eficaz em sala de aula não
traz promoções nem salário. Em contraste, como os professores são estáveis, com
completa impunidade, podem ser péssimos a vida toda. Ao fim do segundo ano, já
se sabe quem não nasceu para a sala de aula. Pela lei, os profissionais podem
ser dispensados. Mas ficam praticamente todos. Por que será?”
O
que significa a expressão: “Pelo menos na teoria...” essa expressão é utilizada
para algo que na prática, não acontece. Ou seja... se você é um aluno,
professor, tem um amigo professor, trabalha em uma escola, enfim... Quando este
professor falta, na maioria das vezes, ele não é, de fato, substituído por
alguém?
Além
de afirmar que a qualificação de um professor é desnecessária para o alcance de
melhores resultados, pois os mesmos: “tais diplomas não melhoram o rendimento dos
alunos.”
Observe a proposital intenção de persuadir o
publico leitor quando ele faz a analogia entre os bons e os maus professores: “Ser um educador
eficaz em sala de aula não traz promoções nem salário. Em contraste, como os
professores são estáveis, com completa impunidade, podem ser péssimos a vida
toda.”
Para os professores que são considerados bons,
ele utiliza o termo no singular como se fossem apenas um: “eficaz”, já para aqueles
que não o são, ele se vale de uma palavra mais ofensiva, carregada, negativa e
no plural como se fossem vários, todos: “péssimos”.
E ele ainda vai mais adiante, com seus recursos de
argumentação, para colocar, a sociedade contra os educadores, quando ele faz
outro questionamento: Por que será?”
Vamos inverter a pergunta para você entender
melhor o recurso utilizado pelo jornalista da Veja:
Por que será? Pela lei, os profissionais
podem ser dispensados. Mas ficam praticamente todos.
Essa prática de inversão da ordem palavras e
funções sintáticas nas orações chama-se hipérbato. Consiste em dar uma quebra
de expectativa no leitor, fazendo com que o leitor automaticamente pense... É
verdade, os únicos profissionais que não são dispensados por serem péssimos são
mesmo os professores. Por quê? Por que será que eles não são nunca mandados
embora? Se você é um bom professor, se você é um ótimo professor, se você é um
professor regular, médio ou um professor de merda, responda?
“Por que será que eu ainda não fui mandado
embora da escola onde eu trabalho?”
Se você é efetivo, você ainda pode recorrer a
casual e salvadora resposta: Porque eu tenho um concurso, eu sou efetiva.
MAS... e se você não o é???...
Para os “INOCENTES” de plantão, contar-lhe-eis um segredo em caixa alta: “HÁ UM PROJETO DE LEI QUE ESTÁ PARA SER VOTADO NO INÍCIO DO PRÓXIMO MÊS QUE COLOCA EM RISCO A ESTABILIDADE DOS PROFISSIONAIS EM EDUCAÇÃO, FUNCIONALISMO PÚBLICO, EM GERAL”.
Para os “INOCENTES” de plantão, contar-lhe-eis um segredo em caixa alta: “HÁ UM PROJETO DE LEI QUE ESTÁ PARA SER VOTADO NO INÍCIO DO PRÓXIMO MÊS QUE COLOCA EM RISCO A ESTABILIDADE DOS PROFISSIONAIS EM EDUCAÇÃO, FUNCIONALISMO PÚBLICO, EM GERAL”.
Eu garanto que o sonho de todo funcionário
público que trabalha por contrato é aquele de se efetivar e ter estabilidade
financeira na vida. Então, estão querendo tirar esse seu, nosso, vosso direito.
Finalizando,
está aqui o penúltimo parágrafo deste artigo, no qual o autor coloca em
evidência que existem professores pendurados, ou seja, aproveitando-se da
situação nas secretarias, ou seja, também sem trabalhar, pela forma que ele
sugere. Se você é um Professor que está readaptado, cedido, enfim, em outro
cargo, isto significa que você não trabalha ou não tem o mesmo direito que
outros, inclusive, o de se aposentar.
“Some-se
a isso o excesso de professores pendurados nas burocracias das secretarias. Há
muitos perdidos em outras burocracias, fantasmas e falecidos. E as greves?
Pouco se logra medir as ausências provocadas por elas, mas são enormes.”
Chega
a ser cômico, porque a única profissão, meio ou profissão, se é que podemos
chamar assim, em demasia, as palavras: burocracia para solução das coisas,
fantasmas e falecidos que recebem salários é a política, ou são os políticos. Continuando,
esse demagogo ainda cita as greves, dizendo com palavras cultas que perde-se
pouco tempo em avaliar quais são os aspectos negativos que apresenta uma greve
para o ensino público... e ele finaliza... “mas são enormes.”
Finalizando,
Claudio de Moura Castro, felizmente,
deixa escapar sua carência de informação, sua ignorância sobre o ambiente e
práticas de ensino, talvez por ingenuidade, talvez por fazer muito tempo que
não pisa em uma escola do ensino público no Brasil para apurar a realidade, que
penso não ser diferente nas diversas regiões do país, ele afirma que as repetências
se acumulam... (PAUSA PARA O RISO)
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“Como se acumulam repetências,
gasta-se mais. Se todos aprendessem, os salários poderiam aumentar muito, com o
mesmo orçamento. Somando todos os desencontros, há o paradoxo do professor
ganhando pouco e o governo gastando muito. E a injustiça dos ótimos ganhando o
mesmo que os péssimos. Pergunto aos professores: é esse o sistema que vocês querem?
E, se não é, por que não reclamam? Por que não se queixam aos sindicatos?”
Alguém, por favor, algum diretor de
escola, algum sociólogo da educação na prática, algum aluno mais consciente da
situação, avise a esse desinformado jornalista, que essa palavra: “REPETÊNCIA”
está em quase desuso aqui na TERRA BRASILIS: EX PATRILLIS EDUCADORIS.
E quase que um cheque mate, ele
disfere o último “GOLPE”: “Se todos aprendessem, os salários poderiam
aumentar muito, com o mesmo orçamento”.
Você que é professor, responda a essas
perguntas:
Você acha que se as notas de seus
alunos aumentarem, consequentemente, o seu salário aumentará?
Você considera que com o mesmo
orçamento, o governo pode aumentar o salário de todos os professores do Brasil
inteiro?
Você está fazendo o quê que ainda não
aumentou a nota das crianças para o seu salário ser melhor, ainda?
Para encalacrar e dilacerar a nossa
dignidade, se é que existe ainda algum resquício dela nesse texto manipulador,
inverídico e persuasivo para aqueles que não possuem interpretação de texto
articulada, observe o arrebatamento:
“Somando todos os desencontros, há o
paradoxo do professor ganhando pouco e o governo gastando muito.”
Tenho que reconhecer, que ele é bom em
figuras de linguagem, utilizou perfeitamente a palavra paradoxo juntamente com
a antítese e o mesmo clássico efeito da oposição de ideias e palavras, a
confusão, a dúvida, por vezes, a negação. Se o professor ganha pouco e o
governo gasta muito com o professor, então paremos de gastar com o pouco que os
professores ganham porque é desnecessário. Como se o “MUITO” dinheiro que o
governo gasta é apenas, direcionado para a educação, para as escolas, enfim,
para nós “PROFESSORES”. Esta palavra “paradoxo”, empregada da forma que está na
oração, dá ao leitor a entender que é um absurdo, um disparate, algo
inaceitável, um professor ganhando, mesmo que pouco, e um governo gastando com
“ELE” muito dinheiro. Pura manipulação, manobra do pensamento de quem não
entende de recursos estilísticos, figuras de linguagem, argumentos de
autoridade e convencimento.
Mas seguimos adiante...
E a injustiça dos ótimos ganhando o
mesmo que os péssimos.
Outra antítese. A injustiça. Talvez
esta palavra tenha acabado com o texto do jornalista fanfarrão.
“Injustiça os professores bons
ganharem o mesmo que os ruins.”
Não, Senhor Claudio de Moura Castro... Injustiça, de verdade, aquela que fere
a nossa constituição elaborada para beneficiar os donos do poder, a elite
dominante, os políticos bons, ruins ou péssimos, ganharem milhões a mais que um
professor, seja ele bom ou ruim, especialmente, Injustiça é um jornalista ou
uma revista ganhar milhões a mais que um professor, seja ele bom ou ruim, para
escrever um artigo enfadonho, mentiroso e tendencioso, o qual nos mostra a sua
clara intenção de colocar a sociedade contra a classe educadora, instalando
entre os docentes, o pânico, o medo, o questionamento e a certeza de que no
Brasil, ele é vergonhosamente DESVALORIZADO, em detrimento de
perguntas inúteis e vazias como as que segues abaixo:
“Pergunto aos professores: é esse o
sistema que vocês querem? E, se não é, por que não reclamam? Por que não se
queixam aos sindicatos?”
Não, não é esse o sistema que nós,
professores queremos. Não, não é esta a nossa preocupação, os nossos pontos
mais importantes são outros, não defendemos interesses de partidos políticos,
nem de revistas manipuladoras que se beneficiam de falsos produtos, propagandas
enganosas, futilidades e mentiras políticas. Os sindicatos nos recorrem para
nos livrar de perseguições políticas, organizar movimentos que são recebidos
com violência como ocorreu no Paraná, a rever, se de fato, nossos direitos
estão sendo respeitados. O professor tem um papel fundamental na vida de um aluno,
mesmo que ele tenha sido péssimo, formou alguém a ler e a escrever, tão bem
como o jornalista dessa revista. No entanto, há outros valores mais
importantes, os quais, não se pode livrar um indivíduo, da ambição, da
possibilidade e oportunidades de fracassos ou de oportunidades, mesmo que,
amorais de crescimento e ascensão política e profissional, tais quais acontecem
no âmbito da Mídia Nacional, todos os dias, todas as semanas, todo o ano, o ano
inteiro. Faça a conta de quantas pessoas leram esse texto, e de quantas irão
olhar para os seus professores com desconfiança e descrédito. Talvez uma dessas
crianças, um desses jovens, estaria prestes a se livrar de ser um jornalista
ambicioso e manipulador, estaria disposto a não mais roubar, a deixar de usar drogas,
ou quem sabe, disposto a entrar em uma universidade. A mídia manipuladora, faz
mais que denegrir a imagem de um professor, de uma classe trabalhadora da
educação, ela abre as portas da negatividade, do egoísmo, da maldade, do ódio e
da criminalidade, talvez não para os lares dos professores que ganham tão bem,
mas para os lares dos jornalistas que são pagos para mentir e manipular os
leitores de revistas, hoje, ainda bem, já bem desvalorizadas, talvez tanto
quanto o trabalho dos professores do Brasil.
Marina Alessandra de Oliveira
Só para constar, a casa ainda falta 15
anos pra pagar e o carro ainda é do ano de 2009.
“A
argumentação do artigo ataca também a meta 17 do Plano Nacional de Educação
(contemplada no Plano Estadual de Educação de São Paulo e de demais Estados e
Municípios), pela qual o professor deve receber remuneração equivalente à dos
demais profissionais com formação de nível superior.”
Sites
acessados para leitura.